GRACO

A VOLTA DE JESUS

A volta de Jesus é um dos temas centrais da fé cristã e uma promessa que ecoa ao longo de toda a Escritura. Desde os primeiros dias da Igreja, essa esperança moldou a vida dos cristãos, impulsionando-os a viver com expectativa e santidade. No entanto, as diferentes interpretações sobre como e quando esse evento ocorrerá geraram debates intensos ao longo da história. O que sabemos com certeza? Quais são as principais visões sobre a volta de Cristo? E como essa promessa afeta nossa vida hoje?

A promessa da volta de Cristo é clara e inegociável nas Escrituras. Em João 14:3, Jesus diz: “E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também”. Da mesma forma, os anjos reafirmaram essa esperança após a ascensão de Cristo: “Esse Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, assim virá do modo como o vistes subir” (Atos 1:11). A certeza da segunda vinda de Cristo permeia todo o Novo Testamento, apontando para o dia em que Ele retornará em glória.

Apesar dessa certeza, a forma como a volta de Jesus acontecerá é objeto de diferentes interpretações. Essas visões podem ser agrupadas em quatro principais correntes escatológicas: pré-milenismo histórico, dispensacionalismo pré-milenista, amilenismo e pós-milenismo. Cada uma delas possui uma leitura distinta da cronologia e do significado dos eventos finais da história.

O pré-milenismo histórico, uma das mais antigas interpretações, defende que Jesus voltará antes do início de um reino literal de mil anos na terra. Essa visão entende Apocalipse 20 como um período em que Cristo reinará sobre o mundo antes do juízo final. Os defensores dessa perspectiva enxergam a Igreja como destinada a enfrentar tribulações antes da vinda gloriosa de Cristo.

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O dispensacionalismo pré-milenista, por sua vez, popularizado no século XIX por teólogos como John Nelson Darby, enfatiza uma distinção clara entre Israel e a Igreja. Essa visão ensina que haverá um arrebatamento secreto da Igreja antes da Grande Tribulação, seguida pela segunda vinda de Cristo e pelo estabelecimento de Seu reino milenar. Essa perspectiva influenciou fortemente a teologia evangélica moderna e é amplamente divulgada em círculos pentecostais e fundamentalistas.

O amilenismo rejeita a ideia de um reinado literal de mil anos e interpreta Apocalipse 20 de forma simbólica, afirmando que o milênio já está em andamento com Cristo reinando espiritualmente desde a Sua ressurreição. Os amilenistas entendem que a segunda vinda de Cristo trará o fim da história humana, o juízo final e a consumação do Reino de Deus em novos céus e nova terra. Essa perspectiva tem sido tradicionalmente defendida por reformados e católicos.

Já o pós-milenismo vê o milênio como um período progressivo de expansão do Reino de Deus na terra, onde o evangelho gradualmente transformará o mundo antes da volta de Cristo. Os pós-milenistas acreditam que a Igreja, através da pregação e da influência do evangelho, trará um tempo de paz e justiça, culminando na segunda vinda de Cristo e no juízo final. Essa visão foi mais popular em séculos passados, especialmente durante períodos de grande avanço missionário.

Independentemente da visão adotada, todas concordam que a volta de Cristo será um evento glorioso, trazendo juízo para os ímpios e recompensa para os fiéis. O Novo Testamento descreve esse momento como súbito e inescapável. Em Mateus 24:36, Jesus afirma: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. Essa incerteza deve levar os cristãos a viver em constante vigilância e santidade.

Outro aspecto importante da volta de Cristo é a ressurreição dos mortos e o juízo final. 1 Coríntios 15:52 nos diz que “num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Todos comparecerão diante do tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10) para prestar contas de suas vidas. Aqueles que confiaram em Cristo terão a vida eterna, enquanto os que o rejeitaram enfrentarão o julgamento eterno.

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A segunda vinda de Cristo também inaugura a nova criação, onde Deus restaurará todas as coisas. Apocalipse 21 descreve a Nova Jerusalém, onde “Deus enxugará dos olhos toda lágrima; e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Apocalipse 21:4). Essa é a esperança última do cristão: não apenas a libertação do pecado, mas a habitação eterna com Deus em um mundo restaurado.

Enquanto aguardamos a volta de Cristo, as Escrituras nos exortam a viver com fidelidade e expectativa. Tito 2:12-13 nos ensina que a Graça de Deus nos educa “para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Essa esperança não deve nos levar ao medo ou à especulação excessiva sobre datas e sinais, mas a uma vida de santidade, amor e compromisso com o evangelho.

Nos tempos modernos, a escatologia tem sido objeto de intensos debates, especialmente com o surgimento de novas interpretações e a influência de eventos globais na maneira como os cristãos enxergam o fim dos tempos. Guerras, pandemias e crises sociais frequentemente despertam discussões sobre a proximidade da segunda vinda de Cristo. Contudo, a postura bíblica é clara: ninguém sabe o dia ou a hora, e devemos estar sempre prontos.

Diante de tantas perspectivas e incertezas, o que deve permanecer firme no coração do crente é a confiança na promessa de Jesus. Ele voltará, e Seu Reino será estabelecido em plenitude. As divergências teológicas sobre os detalhes desse evento não devem dividir os cristãos, mas sim incentivá-los a estudar as Escrituras com humildade e dedicação.

A volta de Cristo não é apenas um evento futuro, mas uma realidade que molda nossa vida presente. Saber que Ele retornará nos leva a viver de maneira íntegra, a buscar a justiça e a proclamar o evangelho com urgência. O anseio pela segunda vinda deve nos impulsionar a amar mais a Deus e ao próximo, sabendo que, no tempo determinado por Deus, todas as promessas serão cumpridas.

Maranata! Vem, Senhor Jesus!

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